O Brasil cresceu muito nos últimos 10 anos. Resultado de políticas certeiras, com o crescimento da economia e o embalo da globalização, saímos de um país com poucas opções tecnológicas para um mercado aberto para novidades. Claro: ainda não é perfeito. O brasileiro ainda sofre com o preço dos produtos, mas podemos “nos dar ao luxo” de tê-los por aqui — e quem tentava comprar um video game, uma câmera ou um PC mais legal nos anos 90 e até idos de 2006 sabe do que estamos falando (lembra o mercado negro em torno do PlayStation 3?).
Quando falamos em polos tecnológicos, os Estados Unidos e o Japão talvez sejam os dois locais que mais surgem em nossas cabeças. Contudo, quando falamos em tecnologias avançadas aplicadas na rotina de pessoas, o Japão está disparado.
O Japão gasta cerca de US$ 170 bilhões por ano em P&D
Apenas em pesquisa e desenvolvimento, o governo japonês gasta cerca de US$ 170 bilhões por ano, de acordo com dados de 2010, tomando o terceiro lugar como o país que mais pesquisa no mundo. Outro dado interessante mostra que o Japão possui mais da metade dos robôs industriais de todo mundo dentro do país, nas próprias fábricas.
Quem coordena toda essa potência é o Ministério da Educação, Cultura, Esporte, Ciência e Tecnologia (MEXT), encabeçado pelo ministro Hirokazu Matsuno, que também cuida dos imigrantes que buscam estudar no país.
Por tudo isso, vamos lhe mostrar algumas tecnologias existentes no Japão que ainda não chegaram ao Brasil — e nos basta torcer para que eles cheguem bem rápido.
Privadas maneiras
Essa talvez seja a mais clássica: as privadas inteligentes. No Japão, existem desde as mais baratas até alguns exemplares que saem por incríveis US$ 11 mil. Entre os recursos embarcados, estão a detecção de usuário, controle de odores, prevenção contra entupimentos e controle de desperdício de água.
Essas “iToilet”, em sua maioria, também contam com sistemas de jato para limpar o usuário, dessa forma, o papel higiênico pode ser economizado. E sabe como as bactérias são eliminadas do vaso? Com luzes ultravioletas que se ativam após o uso.
O interessante é que algumas privadas inteligentes contam com painéis de configuração. Dessa maneira, é possível configurar “perfis de usuários” e armazenar informações como a temperatura que você gosta tanto para o assento quanto para o jato d’água — alguns modelos até massageiam a parte inferior da coxa do usuário.
Por último, um modelo da fabricante Toto ainda cria relatório de “visitas ao banheiro” e oferece Bluetooth para o usuário parear o smartphone e ouvir um som enquanto manda ‘aquele ao vivo’.
São vários os robôs domésticos, como os Asimo ou o Pepper, mais recente. A Toyota também desenvolveu um para acompanhar motoristas durante viagens.
O Pepper, por exemplo, é um robô que identifica emoções e interage de modo correspondente — ele até faz leitura corporal do “dono”, podendo conversar, dançar, ficar feliz etc.
Outros robôs, ou sistemas montados em formas humanóides, têm a capacidade de gerenciar compras em mercados e mexer em funções domésticas via IoT, como acender luzes, trancar residências, ligar o condicionado etc.
Exoesqueletos
O Japão também é pioneiro em exoesqueletos. Este da imagem, feito pela Cyberdyne, é feito de plástico e metal, podendo detectar impulsos musculares e antecipar ou sustentar os movimentos do usuário.
Ele é chamado de HAL(Hybrid Assistive Limb), e também pode auxiliar idosos e deficientes físicos a se locomover.
Hotel de robôs
Lá no Japão, o hotel Henn tem uma equipe de robôs pronta para lhe atender do check-in até o check-out. A pernoite custa R$ 230 e tudo é automatizado por lá. Para saber mais detalhes, clique aqui.
Rapidão
Faz tempo que vivemos sobre uma promessa de um trem bala no Brasil — haviam “até comentado” que existiria um entre Campinas (SP) e o Rio de Janeiro.
No Japão, existe o Shinkansen, que é uma rede ferroviária de alta velocidade. Aberta em 1964, os trens atingem velocidades de até 300 km/h — velocidades máximas atingidas em viagens experimentais foram de 443 km/h em trilhos convencionais e de até 580 km/h em linhas maglev.
O Brasil, um dos maiores países do mundo em termos de área, deveria se aproveitar de tecnologias como essa.
Economizador
No começo do ano, a Honda começou a vender no Japão o Clarity, um carro que é movido a célula de hidrogênio — ótimo, pois segue a linha de energia limpa. Com um motor elétrico de 174 cv, a energia do carro é obtida por meio da transformação das células de hidrogênio em eletricidade.
E o carro roda bem: o tanque cheio suporta 750 quilômetros. A tecnologia é nova e apenas 200 unidades são produzidas durante um ano. Também é cara: o carro sai por US$ 67 mil, cerca de R$ 224 mil.
“Smart cities” é um conceito que já está chegando ao Brasil, felizmente. Porém, ele ainda não é tão robusto como no Japão. Um dos exemplos é a cidade Fujisawa SST, desenvolvida pela Panasonic.
Nela, as casas são alimentadas por energia solar, os carros e bicicletas são elétricos, os moradores recebem incentivo financeiro para reduzirem o consumo de energia, por exemplo. No vídeo acima, você pode ver mais detalhes.
No Japão, 2017
O 4G existe no Brasil? Existe, porém e infelizmente, ele ainda não é algo tão presente e constante como o 3G. E no Japão? Saiba que o 5G já está dando as caras e a rede de alta velocidade vai ser implementada para os japoneses já em 2017.
A diferença entre as velocidades são brutais, veja:
Triste, Mario
A Nintendo veio para o Brasil, mas foi embora em 2015. Que tristeza ter que recorrer ao mercado cinza, meus amigos.
Lembra de mais alguma tecnologia que existe no Japão ainda não chegou ao Brasil? Conte nos comentários para aumentarmos essa lista.
Fonte: http://bit.ly/2g7OtMo